O Futuro do Trabalho em debate

Dezenas de pessoas debateram preocupações e anseios

6 de maio, 2006
É necessário apostar na qualificação dos trabalhadores

O Futuro do Trabalho esteve em debate, no passado dia 4 de Maio, no Centro Social e Comunitário da Associação de Moradores das Lameiras, numa iniciativa conjunta da LOC/MTC – Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos da Zona Arciprestal de Vila Nova de Famalicão, a Secção Cultural da Associação de Moradores das Lameiras e a Coordenação Concelhia do Ensino Recorrente de Famalicão. Foram oradores principais neste debate o Pe. Dr. José Luís Gonçalves, Assistente Diocesano da JOC e da LOC/MTC de Braga e o Dr. João Cerejeira, professor de economia da Universidade do Minho. Os oradores apresentaram o diagnóstico da crise actual, principalmente aquela que é vivida no Vale do Ave e, apresentaram também, algumas propostas sobre o Futuro do Trabalho, entre elas: a necessidade do Estado e das famílias apostarem forte na educação e na formação profissional, para que os trabalhadores possam responder com mais eficácia aos novos desafios do futuro, preparando-se para de mudar de emprego com mais frequência e para exercer mais que uma profissão.

Como resposta ao aparecimento no mercado português de uma série de artigos, a baixo preço, que fazem desaparecer empregos tradicionais, será necessário contrapor com outros artigos de melhor qualidade. Só com uma aposta forte na qualidade, na produtividade, no ambiente, no turismo, nas tecnologias da comunicação e nos serviços à comunidade, que está muito do futuro do trabalho, concluíram. Os oradores referiram ainda ser necessário apostar em novos produtos, mesmo naqueles que são tradicionais, como os têxteis, a metalurgia, a agricultura biológica e as energias renováveis. Os cerca de 80 participantes presentes nesta iniciativa levantaram diversas questões ligadas com a situação actual, criticaram os governos pelas políticas seguidas nos últimos anos e referiram que só se ouve falar de desemprego e da necessidade em reduzir os custos com o trabalho, mas não se ouve falar da partilha das riquezas. Foi referido ainda que as responsabilidades da situação actual nem sempre estão nos governos, mas também nas empresas e nos próprios trabalhadores que se acomodam.