Gerir com qualidade, inovação e prudência

Investir em novas respostas sociais e preparar o futuro

13 de janeiro, 2008
Membros dos Corpos Gerentes que tomaram posse

Desenvolver e celebrar o espírito associativo; gerir com qualidade, inovação e prudência; investir em novas respostas sociais e preparar o futuro, foram as quatro prioridades que Jorge Faria, Presidente da Direcção, da Associação de Moradores das Lameiras (AML) em Vila Nova de Famalicão, definiu para o triénio de 2008 – 2010 no discurso da tomada de posse realizado nas instalações do centro Social das Lameiras no passado dia 12 de Janeiro. Falando para uma plateia bastante diversificada, na presença de muitos associados, funcionários, utentes e entidades oficiais, o Presidente da AML referiu: “Procuraremos cativar mais associados e convidar algumas empresas para associados colectivos proponde-lhes que nos acompanhem nesta responsabilidade social. Continuaremos a incentivar o voluntariado, na cultura, através do teatro – Grupo TELA, criação do Coro “Vivace Música das Lameiras”, publicação do Boletim Cultural e actividades formativas, bem como o desporto e suas diferentes modalidades: futebol de salão, pesca desportiva, atletismo, entre outras. Promoveremos com dignidade a celebração das bodas de prata do Edifício das Lameiras em 2008, da AML em 2009 e do Centro Social em 2010”.

Reportando-se à gestão daquela importante obra social, Jorge Faria afirmou: “Vamos gerir com qualidade, inovação e também com prudência. Vamos apostar na inovação, qualificação e formação, rumo à excelência, certificando a totalidade do Centro Social das Lameiras já no próximo mês de Maio. Deste modo, procuraremos gerir com eficácia e determinação as diferentes respostas sociais, procurando reduzir a dívida contraída com a construção desta casa, que neste momento totaliza 160 mil euros”. No entanto a AML prevê investir no decorrer de 2008 cerca de 471 mil euros, uma vês que Jorge Faria espera “a aprovação final de uma candidatura ao PARES – Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais que, que a ser aprovada, permitirá construir uma nova creche para mais 33 crianças, fazendo baixar em cerca de 50% a capacidade do CATL que prevê uma diminuição de frequência a curto prazo e completar o 2.º piso do Centro Social e Comunitário, alargando o lar de idosos para mais nove camas;

Iremos concluir até final do mês a remodelação das instalações desportivas, culturais, sociais e de aproveitamento dos tempos livres, no Edifício das Lameiras, parte sul/nascente das antigas instalações, para depois iniciarmos a construção dos tão ansiados apartamentos T0; Com base no protocolo de colaboração com a Câmara continuaremos a gerir aquele Complexo Habitacional e a realizar pequenas intervenções pontuais e programadas. Pediremos ajuda às entidades da freguesia de Antas, Câmara e proprietários para encontrar um novo terreno, de preferência naquela freguesia, ou freguesias circunvizinhas, com o objectivo de implantar novas respostas sociais”. Antes de terminar, o presidente reconduzido para mais três anos à frente da AML, falou do futuro: “queremos intervenções de fundo em todo o Aglomerado Habitacional, a fim de preservar a sua estrutura e defendê-lo das intempéries e corrosão do tempo. Vamos convidar os antigos alunos do Centro Social para iniciativas de carácter cultural, formativo e interventivo de forma a seleccionar futuros quadros dirigentes que assegurem o dinamismo desta Associação no futuro”. Não esqueceu a polémica nacional sobre o CATL e disse: “Vamos continuar a luta pelo CATL e pela liberdade de escolha de escola para os pais educarem os seus filhos”. Neste momento decorre uma petição dos pais a ser enviada à Assembleia da República a pedir liberdade de escolha. Depois continuou: “Vamos continuar a investir em fontes alternativas de sustentabilidade da AML e valorizar o trabalho em parceria. Para concretizar este programa contamos com um grupo de associados experientes, com provas dadas. Tudo faremos para que esta Associação seja ainda mais dinâmica e com capacidade de responder aos novos desafios que se colocam a cada momento.

Os diferentes grupos de voluntários, que hoje também foram empossados, para as áreas da cultura, desporto, comunicação, Edifício das Lameiras e ocupação dos tempos livres da população, revelam que poderemos contar ainda com mais pessoas, prontas a dar corpo a uma vasta equipa que assegurará um conjunto de actividades que terão como finalidade a promoção cultural, desportiva e social da população do meio envolvente”. Antes de concluir, pediu aos responsáveis autárquicos que olhassem mais para esta instituição e apoiassem. “Não queremos que o complexo habitacional das Lameiras se possa vir a tornar, num futuro próximo, como qualquer outro bairro social que, muitas vezes, envergonham o nosso país com notícias, quase sempre pelas piores razões. Queremos que as Lameiras sejam notícia, isso sim, mas pelas boas razões” referiu. Por fim agradeceu ao pessoal funcionário e a todas as entidades públicas que têm apoiado a AML, entre elas: a, Segurança Social, Câmara Municipal, Governo Civil, IPJ, INATEL, Junta de Freguesia de Antas, Paróquia de Antas, entre outras e as entidades da sociedade civil, desde algumas empresas, ali representadas e diversas pessoas anónimas. Agradeceu ainda ao novo grupo da AML ali presente: “Vivace Música da Associação de Moradores das Lameiras”

Seguiram-se uma série de intervenções de algumas entidades ali representadas, entre elas: Victor Pereira da Junta de Freguesia de Antas, Dr. Handel Oliveira do INATEL, Dr. Manuel Lomba, presidente da UDIPSS de Braga e do Vereador do Pelouro da Habitação, Família e Juventude, Dr. Jorge Paulo Oliveira, que representou o Presidente da Câmara. Por fim, o Presidente da Assembleia-geral, José Maria Carneiro Costa, que presidiu a toda a cerimónia, encerrou a cessão enaltecendo aquele momento, referindo que “às vezes parece que estas cerimónias de tomada de posse se tornam num ritual maçador e quase sem sentido, porque é um acontecimento, por vezes repetitivo, que acontece de três em três anos. Mas estes momentos são importantes, porque marcam etapas num percurso de vidas que poderão ter mais qualidade, quantas mais pessoas estiverem imbuídas do mesmo espírito. Neste trajecto de 25 anos, embora a AML só os complete em 2009, muitos associados deram o rosto por esta Associação. Alguns deles já morreram, outros desistiram, outros mudaram para locais de residência mais distantes, uma outra parte continua cá desde a primeira hora e um outro grupo, mais jovem, aderiu a este projecto fazendo aumentar o número de associados.

Não importa as funções que cada um, ao longo dos anos exerceu ou exerce, quer tenham sido na Direcção, no Conselho Fiscal ou na Mesa da Assembleia-geral, ou num simples grupo de trabalho, umas vezes na liderança, outras na retaguarda, mas sempre dentro de uma equipa, porque sem um grupo coeso que esteja permanentemente atento aos pequenos e grandes desafios deste terceiro sector não há liderança que resista” referiu.

Recordou ainda algumas criticas de pessoas que nada fazem pela associação e que esses “são os mesmos que já necessitaram (e necessitam) desta instituição e das suas respostas sociais, não só para si individualmente mas também para os seus familiares. Se não fosse o empenhamento de um punhado de dirigentes, que têm construído pontes entre gerações, não teria sido possível a criação e manutenção de mais de sete dezenas de empregos, onde muitos conseguiram o sustento para si e suas famílias. Se assim não fosse, esta Instituição que serve de âncora aos mais desprotegidos da sociedade, investe em serviços de qualidade e trata cada pessoa, seja ela criança, jovem adulto ou idoso, com inteligência, amor e dignidade pelos mais elementares direitos humanos não existiria e perguntou: “Todo este meio envolvente teria a configuração e qualidade que tem sem a intervenção da AML?”

Concluiu acrescentando: “o associativismo ajuda-nos a entender de que todos não somos iguais, nem demais, para fazer dos locais onde vivemos e trabalhamos, espaços que nos permitam desfrutar do prazer de viver numa sociedade em permanente mudança, na diversidade, que conta também com aqueles que se julgam auto-suficientes” concluiu.

A cerimónia terminou com actuação do Coro “Vivace a Música da Associação de Moradores das Lameiras”, enquanto no início da cerimónia actuaram as crianças do CATL – Centro de Actividades dos Tempos Livres. Seguiu-se depois um “Verde de Honra”.