O trabalho é um meio de sobrevivência e de realização pessoal

10 de maio, 2008
Encontro de reflexão/debate sobre a dignidade do trabalho

“Pelo trabalho sobrevivemos, realizamo-nos e criamos riqueza, tornamo-la disponível para ser distribuída por todos. O trabalho assegura um rendimento, dá-nos um estatuto perante os outros e permite-nos organizar melhor a nossa vida. No trabalho está a centralidade da pessoa humana”. Estas são algumas das conclusões tiradas da reflexão/debate promovida pela Direcção da Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC) da Zona Pastoral de Vila Nova de Famalicão, em parceria com a Secção Cultural da Associação de Moradores das Lameiras, que decorreu no dia 10 de Maio no Centro Social das Lameiras sobre a “Dignidade do Trabalho”. “Hoje, a produção de riqueza já não depende apenas do trabalho, mas também dos mercados financeiros”, afirmou, Paula Santos, oradora convidada e técnica superior da Comissão de Coordenação da Região Norte.

Vivemos tempos que impedem que haja trabalho para todos, porque os tempos de trabalho estão mal organizados e mal distribuídos. Por outro lado, trabalha-se demais e se acrescentarmos o trabalho doméstico a vida familiar e o serviço à comunidade, que poucos reconhecem, são muitas horas acumuladas, salientou Paula Santos. “Causa impressão que na nossa sociedade se pague para as pessoas não trabalhar”, acrescentou. “A dignidade está no trabalho e nas relações que este permite. Quando esta corrente se quebra a dignidade desaparece. Pode haver problemas laborais, mesmo penosos, mas enquanto trabalhamos temos uma vida organizada e apesar de tudo, com muito esforço, até conseguimos conciliá-la com a família e os filhos, mas quando o trabalho falta não há conciliação possível, porque desaparece o salário, base de sustento do ser humano”, apontam as conclusões deste debate.
Todos os trabalhos são dignos, sejam eles quais forem. Por isso, não é admissível que altos quadros de algumas empresas, tenham salários chorudos enquanto a maioria dos trabalhadores vive de salários muito baixos, concluíram os cerca de cinquenta participantes neste debate. Foi abordada também a questão dos sistemas de “avaliação de desempenho” sendo afirmado que: desde estes sejam justos e tenham a participação dos trabalhadores podem ser aplicados. Por fim, concluiu-se que a educação para a dignidade do trabalho começa em casa, na família, na partilha dos serviços domésticos e deve ser continuada na escola. É necessário continuar a lutar para que os valores da justiça, da solidariedade, da fraternidade, da participação e da dignidade estejam sempre presentes nas relações laborais.

Na parte inicial do encontro e no final do mesmo um dos Grupos do MAAC – Movimento de Apostolado de Adolescentes e Crianças da Paróquia de S. Tiago de Antas, presentearam os presentes com uma representação cultural bem concebida.