Pela vigésima sexta vez, os moradores das Lameiras, da paróquia de Antas, bem no centro da cidade de Vila Nova de Famalicão, celebraram a Páscoa, com a "marca da esperança" por uma vida melhor, mesmo com as dificuldades do dia-a-dia. Apesar de dados recentes apontarem para uma diminuição do número de residentes, cerca de 50% em 26 anos, mesmo assim, mais de 290 famílias continuam a residir naquele Complexo Habitacional. A celebração deste ano assinalou o fecho das comemorações dos 25 anos da Comunidade das Lameiras e iniciou as comemorações dos 25 anos da Associação de Moradores das Lameiras, fundada em 25 de Maio de 1984. Presidida pelo Pe. Rogério e Pe. Inácio, dos Missionários Combonianos de Vila Nova de Famalicão, em representação do Pároco, a Missa Campal também encerrou a visita pascal de quatro Compassos ao Complexo Habitacional das Lameiras. Pela primeira vez, o Coro Vivacce Música da AML animou, com cânticos litúrgicos esta celebração.
O Dia de Páscoa continua a ter um significado penetrante para os residentes do Complexo Habitacional das Lameiras. Foi naquele dia, em 1983, que por iniciativa dos residentes, que o então pároco de Antas, Pe. Augusto Veloso, celebrou a primeira Missa Campal naquele local, assinalando a inauguração de um novo espaço habitacional com a bênção das suas 290 casas. O Edifício das Lameiras nunca chegou a ser inaugurado pelas entidades oficiais, dadas as fragilidades de construção encontradas pelos primeiros moradores que foram residir naquele local e as obras nunca terem sido dadas por concluídas.
A Páscoa continua a representar o início de uma vida nova, numa nova moradia e num novo espaço, com novas pessoas. Para trás tinham ficado muitas aflições, sobretudo pela falta de habitações condignas. A mudança na vida da maioria das pessoas que ali residem, coincidiu com o tempo de Páscoa. É por isso que os moradores associam este acontecimento com a Ressurreição de Jesus. Cinquenta por cento daqueles que residiam nas Lameiras há 26 anos já não vivem naquele local, uns porque mudaram de residência e outros porque faleceram. Esta realidade revela o excelente trabalho que a AML tem realizado no sentido de melhorar a qualidade de vida dos residentes deste Complexo Habitacional. Existe um novo grupo, que veio preencher as habitações deixadas vagas, que se têm adaptado bastante bem à forma de viver e conviver nas Lameiras. Mesmo aqueles residentes que não praticam a fé cristã, não ficam indiferentes perante este acontecimento e colaboram com a organização para que a tradição permaneça.
Nestes 26 anos realizaram-se grandes investimentos, a pensar na melhoria da qualidade de vida da população residente e também das populações das zonas circundantes, sendo os mais visíveis de todos o Centro Social e Comunitário e os Gabinetes de Atendimento e Acompanhamento Social, estes últimos a funcionarem no coração do Edifico das Lameiras. Este Complexo habitacional nada seria sem estas respostas sociais.
A Eucaristia foi de Acção de Graças pela acção realizada, quer pela população anónima que luta por vencer as dificuldades, quer por todos os dirigentes da AML, os actuais e antigos, por aqueles que já partiram e residiram nas Lameiras, no Lar, ou que usufruíram do apoio do Centro Social, também os doentes, as crianças, os jovens, as famílias, os idosos, todos os benfeitores e entidades que têm ajudado.